quarta-feira, 16 de abril de 2014

Booktrailer de "The One" - Kiera Cass


Hey galera, 

Bom, estou simplesmente surtando até agora, estava no facebook numa página de fãs da "A Seleção" da Kiera Cass e vi que já está dísponivel o booktrailer de "The One" (A Escolha, no Brasil). Eu surtei quando vi e estou surtando até agora, faltam apenas 20 dias para o lançamento e o meu livro já está reservado desde o primeiro dia de pré-venda, estou muitíssimo ansiosa para ler e curiosa também. Confesso que estou mais curiosa depois de ter assistido. (Pra quem não leu ainda os três primeiros capítulos de "A Escolha" que foram disponibilizados no especial "Contos da Seleção: O príncipe e o Guarda" clique aqui). Confira o booktrailer abaixo: 



terça-feira, 15 de abril de 2014

Um conto: A Mediadora - O Sonho de Toda Garota

Hey galera, 

Recentemente estava lendo a série "A Mediadora" da Meg Cabot, e de longe é a melhor série que a autora já escreveu, daí vagando pela internet achei um conto que acontece entre os livros "A Reunião" e "A Hora Mais Sombria", que foi escrito para uma revista adolescente americana. Confira abaixo o conto: (sei que ainda estou devendo a resenha de Divergente, mas está um pouco corrido e quero assistir ao filme primeiro para resenhar os dois).

O Sonho de Toda Garota
Um conto da série A Mediadora

Lá estava eu, em um longo vestido branco Jessica McClintock e uma orquídea no pulso, a luz da lua brincando no meu cabelo e um par de fortes braços ao redor da minha cintura, enquanto uma voz masculina gentilmente sussurrava meu nome:
— Suzannah — A respiração do meu parceiro de dança era suave contra a minha bochecha. — Suzannah...
É. Nos meus sonhos.
Na vida real, a voz chamando meu nome não era nem um pouco masculina. Isso porque pertencia a um garoto de doze anos de idade.
— Ãhn, Suze? É, tem algo seriamente errado com estes cannolis.
Desviei meu olhar dos casais rodopiando diante de mim e olhei para baixo. Em vez do cara totalmente gato em um smoking que eu estava imaginando, parado ao meu lado estava meu meio-irmão ruivo, segurando uma bandeja de massa italiana.
— Kelly está realmente brava — Mestre, conhecido como David por todo mundo, exceto eu, disse. — Ela diz que eles estão deformados ou algo assim.
Kelly estava certa. Os cannolis estavam deformados. Como vice-presidente da turma do segundo ano, e relutante presidente do comitê de baile de formatura do terceiro e quarto anos (fui indicada para a posição quando nenhum outro aluno do segundo ano se voluntariou), eu tinha tentado atravessar as esquinas, usando o dever-de-casa da sétima série do Mestre como bandeja. Foi isso que eu consegui por meus esforços: cannolis deformados.
Não que eu me importasse. Quer dizer, considerando o fato que eu sou a única garota segundanista da escola inteira, praticamente, que não foi convidada para esse baile em particular. Este baile em que eu era a presidente. O que me importavam esses estúpidos lanches?
Ah, tá bem. Eu me importava.
— Suze, você está louca? — Kelly Prescott veio andando altivamente, a saia de seu vestido de baile Nicole Miller reluzindo na luz da lua que banhava o jardim com chafariz da Missão. — Você realmente espera que as pessoas comam isso?
Eu olhei para a massa, que deveria ter o formato de conchas enroladas mas pareciam mais com pretzels.
— Há mais cannolis, ou esta é a última bandeja? — perguntei ao Mestre.
— Mmm — ele disse, olhando nervosamente para Kelly, que, sendo a garota mais bonita de Carmel, Califórnia, considerava a nós dois, meros mortais, aberrações totais. Ela estava certa a respeito de um de nós. E não era Mestre. — Deve haver mais.
— Ótimo — falei. Peguei a bandeja de cannolis dele. Para Kelly eu disse: — Não se preocupe com isso. Vou resolver. Volte para o seu par.
O par de Kelly, o presidente da turma do último ano Greg Sanderson, estava esperando debaixo de uma palmeira próxima, alto e super descolado em seu smoking. Ele era um dos caras mais bonitos na escola, então era simplesmente apropriado que ele convidasse Kelly, apesar de ela ser uma simples segundanista, para o baile de formatura dele...
Ainda assim, ele só fez isso porque seu par original, Cheryl McKenna, inesperadamente, bem...
Morreu.
Mas, olá, este era Greg. Que tipo de otária iria recusar um convite para ir ao baile de formatura com Greg?
Eu vou te dizer que tipo: eu. Não que ele tenha me pedido, é claro. Mas se ele tivesse, eu seria forçada a recusar. Porque meu coração pertence a outro. Mesmo que isso não faça diferença nenhuma.
Dando a Kelly um sorriso que ela não merecia, eu levei a massa ofensiva de volta para a cozinha da Academia da Missão. Construída uns quatrocentos anos atrás por monges franciscanos, na época em que paredes de um metro de espessura e gigantescas vigas de carvalho não eram consideradas negações na decoração, a Missão, agora uma escola, tinha atualizado seus equipamentos — e adicionado energia elétrica — então assim que entrei na cozinha eu podia ver meu reflexo no enorme refrigerador Sub-Zero no outro lado do aposento. E vamos apenas dizer que eu não estava animada com o que eu vi.
Ah, o longo vestido branco estava legal. Com meu cabelo escuro na altura dos ombros e a flor de punho — comprada para mim por meu padrasto — eu parecia com uma garota de outra época.
O problema era o reflexo que eu vi além do meu. E este era o reflexo de alguém que realmente era de outra época.
Eu me virei rápido para encará-lo.
— O que — eu exigi — você está fazendo aqui?
Eu quase derrubei os cannolis. Ele pegou a bandeja e a colocou gentilmente em um balcão próximo.
— Olá, hermosa — ele disse, com um sorriso. — Feliz em te ver, também.
Foi o sorriso. O sorriso que, toda e cada vez que eu via, fazia algo dentro de mim enfraquecer.
Porque mesmo estando morto há cento e cinquenta anos, Jesse ainda era o cara mais bonito que eu já vi.
E eu já vi vários deles. Caras, eu quero dizer. Porque, como o garotinho daquele filme, eu vejo gente morta.
Só que, diferentemente daquele garoto, os fantasmas não me assustam. Alguns deles eu às vezes penso que eu podia até mesmo amar.
Tá bom, eu tenho certeza absoluta que eu realmente amo.
Não que eu vá deixá-lo saber disso. Porque que tipo de cara — mesmo um morto — poderia algum dia amar uma aberração como eu?
Mas isso não significa que eu não possa sonhar.
— Acontece — eu disse, olhando para longe dos perspicazes olhos escuros como a noite de Jesse. Sem mencionar o lugar em que sua camisa fora de moda abria revelando um abdômen que Greg Sanderson teria invejado — que eu estou extremamente ocupada nesse momento.
— Ah, estou vendo, Suzannah — Jesse falou.
— Falo sério — eu disse. — Não tenho tempo para bater papo. Tenho o dever de fazer deste baile uma noite da qual estas pessoas jamais esquecerão.
Jesse estava encostado em um dos balcões, seus braços cruzados sobre o peito.
— Estas pessoas — ele repetiu, como outro de seus sorrisos. — Mas não você?
— Este não é o meu baile de formatura — falei, dando de ombros, tentando não notar como seus braços bronzeados se destacavam contra a brancura de sua camisa. Para um fantasma, Jesse era bastante moreno.
— Então isso significa que você não vai dançar? — ele perguntou.
Eu congelei com uma bandeja de cannolis — não-deformados — frescos que eu tinha acabado de tirar do refrigerador em minhas mãos.
— Dançar? — eu podia sentir o calor subir às minhas bochechas. Ele não está te convidando para dançar, eu disse a mim mesma severamente. Ele apenas está perguntando por perguntar. Não crie esperanças.
Tarde demais. Já, na minha imaginação, Jesse e eu tínhamos nos juntado aos outros casais lá fora no jardim banhado pelo luar, aqueles seus fortes braços ao redor da minha cintura, sua respiração suave na minha bochecha...
— Sim, dançar — Jesse disse. — Certamente até mesmo no século vinte e um as pessoas ainda dançam.
Respirei fundo, imaginando como eu iria responder.
Nunca tive a chance de descobrir. Porque antes que eu pudesse dizer uma palavra, eu a vi.
— Greg? — ela chamou. — Greg? Onde você está?
Meu queixo caiu. Eu a teria reconhecido pelo lustroso cabelo loiro em qualquer lugar, mas a camisola de hospital era uma dica óbvia.
— Ah, não — falei.
Cheryl, ouvindo a minha voz, veio parar hesitantemente na porta da cozinha. Seus adoráveis olhos azuis estavam esperançosos quando ela viu a Jesse e a mim.
— Olá — ela disse, em sua maneira atordoada mas educada tão comumente empregada pelos recentemente mortos. — Vocês viram meu namorado, Greg? Ele deveria me trazer aqui hoje à noite, só que ele não apareceu. Ele deve ter esquecido.
Jesse e eu trocamos olhares. O dele era ilegível. O meu, como eu podia ver muito bem pelo meu reflexo na geladeira, era infeliz.
Bem, e por que não? Ver Cheryl desse jeito era apenas mais uma prova da minha esquisitice.
— Cheryl — falei, colocando a bandeja de cannolis no balcão. — Escute. Greg não se esqueceu de te pegar.
Cheryl piscou como alguém acordando de um sonho. Talvez fosse isso que a morte era. Quem sabe? Bem, Jesse sabe, só que ele nunca me conta.
— Ele deve ter esquecido — Cheryl disse. — É a noite do baile.
— Eu sei, Cheryl — eu falei, gentilmente. — É a noite do baile. E Greg está aqui.
O lindo rosto de Cheryl se iluminou.
— Ele está aqui? Onde? Eu tenho que encontrá-lo.
Ela se virou para sair correndo da cozinha. Eu a parei. Os espíritos dos mortos não têm matéria — para todo mundo a não ser aberrações como eu, é claro. Para nós, eles são carne e osso, ou como no caso de Jesse, músculo e misteriosos sorrisos.
— Greg está aqui, Cheryl — falei. — Mas... ele está aqui com outra pessoa.
Os olhos de Cheryl se encheram instantaneamente de lágrimas.
— Mas não pode ser — ela falou, sua voz aumentando ligeiramente. — Ele me convidou. Meses atrás.
— Eu sei, Cheryl — eu falei. — Mas Greg teve que convidar outra pessoa porque você... bem, você morreu, Cheryl. 
Ela sacudiu sua cabeça.
— Não, eu não morri — ela disse. — Isso é ridículo. Eu não estou morta. Olhe para mim. Eu estou bem aqui. Eu não estou morta.
— Você está bem aqui em uma camisola de hospital — eu apontei. — Cheryl, sinto muito, mas você morreu de apendicite dois meses atrás. Se você for lá fora agora — se você tentar falar com Greg — ele não vai te ver. Ele não pode. Eu só posso te ver porque... bem, porque é isso que eu faço. Mas a verdade é, Cheryl, você está morta.
Eu vi isso — o horror enquanto as minhas palavras eram absorvidas — se espalhar por suas lindas feições.
E foi então que ela pirou.
Quem poderia culpá-la? Ela tinha dezoito anos, e estava apaixonada. Ela tinha tudo para viver... Faculdade, carreira, casamento, filhos... E agora...
Bem, agora tudo isso já era.
— NÃO! — ela gritou, seu lindo rosto se contorcendo em uma máscara de fúria e desespero. — NÃO! Eu não acredito em você! Você está mentindo!
Ela se soltou das minhas mãos.
— Você está é com inveja, isso sim! — ela gritou. — Inveja de mim!
E foi então que ela trouxe ambos os punhos sobre a bandeja de cannolis, mandando seu conteúdo para os ares.
E não os cannolis deformados, ainda por cima.
— Pare com isso! — eu gritei, dando um passo a frente e agarrando seus pulsos. Não importava o quanto ela contorcesse seu corpo ou esperneasse para se soltar, eu não iria deixá-la ir. Não desta vez.
— Você está morta, Cheryl — eu falei. — Você me escutou? Morta. Não é justo, mas é assim que as coisas são. Eu queria que você tivesse ido ao seu baile de formatura. Eu sei que é o sonho de toda garota ir ao baile com o cara que ela ama. Mas Cheryl, Greg seguiu em frente. Foi difícil para ele, mas ele conseguiu. E é hora de você fazer o mesmo.
Algo em minhas palavras — talvez a garantia de que Greg não teve facilidade em enfrentar a morte dela, por mais que Kelly Prescott deve ter desejado o contrário — tirou toda a luta dela. Ela se afundou contra mim.
Então, um segundo depois, eu a ouvi murmurar:
— Eu realmente estou morta, não estou?
E então ela se foi.
Bem assim.
Jesse, que não tinha se movido o tempo todo do lugar onde ele estava, confiante que eu podia lidar com Cheryl sozinha, estava sorrindo de orelha a orelha.
— É o sonho de toda garota ir ao baile com o cara que ela ama? — ele ecoou, com não apenas uma, mas ambas as sobrancelhas negras levantadas.
— Não comece — falei. Eu tentei esconder minhas bochechas subitamente em chamas jogando fora o que sobrou dos cannolis, e os substituindo com o conteúdo de um pacote não terminado de biscoitos com pedaços de chocolate. — Tenho coisas para fazer.
— Ah, sim — Jesse disse, saindo do meu caminho enquanto eu passava furiosamente por ele. — Estou vendo.
Se eu esperava que o ar da noite esfriasse o fogo no meu rosto, fiquei desapontada. Eu ainda estava me sentindo estranhamente corada quando encontrei Mestre no jardim, e empurrei a bandeja de biscoitos para ele.
— Suze, estes não são cannolis — ele disse.
— Eu sei. Não tem mais cannolis.
— Pensei que tivesse vários...
— Não mais — falei, curtamente, e me virei porque vi Kelly olhando ferozmente para nós por cima do ombro de Greg. O que quer que tenha acontecido agora, eu não queria saber. Porque não podia ser tão ruim quanto o que aconteceu à pobre Cheryl McKenna, morta aos dezoito.
Ou a mim, que nasci uma aberração que pode ver fantasmas.
Mas quando eu mergulhei nas sombras do corredor a céu aberto da Missão, esperando escapar, por um momento, da música e das risadas, descobri que eu não estava totalmente sozinha, de jeito nenhum. Jesse tinha me seguido.
— Você não respondeu à minha pergunta — ele falou, em uma voz suave como o luar. — As pessoas no século vinte e um ainda dançam?
Meu coração retumbava nos meus ouvidos, muito mais alto que a música lenta.
— Mmm — falei, mal capaz de engolir em seco porque minha garganta estava muito seca. — Às vezes.
— Que tal agora? — ele perguntou.
E então seus fortes braços estavam em volta de minha cintura, sua respiração suave contra minha bochecha enquanto ele gentilmente sussurrava meu nome:
— Suzannah. Suzannah... 


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Divergente na área!

Hey galera, 

Bom a leitura dessa semana é Divergente da Verônica Roth, assim que eu terminar de ler posto uma resenha aqui pra vocês. (embora acho difícil que ninguém tenha lido ainda, mas se eu não li ainda, deve existir rs) Estou me esforçando bastante pra ler rápido, porque vou na estréia do filme e quero ler antes disso, assim que terminar posto a resenha e a opinião se eu indico ou não o livro. ps: até agora não achei tudo isso que todos falaram, vamos ver se melhora até o final!



quarta-feira, 19 de março de 2014

Good Bye Hunteress A.

SPOILER: SE VOCÊ NÃO ASSISTIU O EPISÓDIO "INSATIABLE" DE TEEN WOLF PARE DE LER AGORA!!!


Bom se você é o tipo de pessoa que, como eu, no decorrer das séries, filmes e livros acaba se apegando ao personagem, se prepare porque ainda vai sofrer muito. Tinha em mente um outro post para essa semana, que aliás já faz um bom tempo que o blog ficou sem atualizar. Essa semana resolvi postar sobre "paixonites fictícias" e falar também sobre um assunto que me deixou um tanto abalada e muito, muito frustrada. Porque é sempre muito ruim quando o autor ou diretor mata o seu personagem favorito.

Essa semana foi a vez de dizer adeus a nossa querida Allison Argent, nossa caçadora e arqueira de Teen Wolf, no episódio 23 da terceira temporada da série, foi o último episódio em que a atriz Crystal Reed aparece, para dar adeus a sua personagem num fim trágico, segundo alguns rumores a atriz decidiu deixar a série para explorar outros lados artísticos, com relutância a própria Crystal admitiu ser difícil para ela dizer adeus a sua personagem e que ela sofreu junto com os fãs. Bom, eu admito que fiquei fula da vida com a morte dela na série, fula com "F" maiúsculo, sou uma grande fã da série/atriz, e sim me apego muito a personagens e admito que na maioria das vezes acabo chorando quando eles morrem, quando acontece. Pensei seriamente em não assistir mais, e sim muitos fãs disseram o mesmo no twitter, na verdade foi assim que acabei descobrindo o que ocorreu no episódio antes mesmo de assistir, e admito que na hora eu não acreditei. Mas infelizmente, sim perdemos um personagem muito querido, eu com certeza sentirei falta dela na série, e também será estranho sem a personagem dela no elenco. Confira abaixo uma imagem da cena em que ela se despede do Scott (que por sinal, eu chorei litros nessa cena).


segunda-feira, 3 de março de 2014

Especial: três primeiros capítulos de "A Escolha"

Bom como essa semana chegou meu livro "Contos da Seleção", resolvi fazer um post com os três primeiros capítulos de "A Escolha", terceiro e último livro da série A Seleção, confira abaixo a capa oficial em português e os três primeiros capítulos do livro. 


A Escolha

Capítulo 1

NAQUELE DIA ESTÁVAMOS NO GRANDE SALÃO aturando mais uma aula de etiqueta quando os tijolos começaram a voar através da janela. Elise se jogou no chão imediatamente e começou a rastejar em direção à porta lateral, choramingando. Celeste soltou um grito agudo e disparou para o fundodo salão, escapando por pouco de uma chuva de estilhaços de vidro. Kriss me puxou pelo braço, e começamos a correr juntas até a saída.
- Rápido, senhoritas! – Silvia gritou.
Em questão de segundos, os guardas se alinharam nas janelas e começaram a atirar. Os estalos ecoavam em meus ouvidos enquanto fugíamos. Não importava mais se as armas usadas pelos rebeldes eram revólveres ou pedras: qualquer um que demonstrasse o menor grau de agressividade nos arredores do palácio iria morrer. Já não havia tolerância com esse tipo de ataque.
- Odeio correr com esses sapatos – Kriss murmurou, com um pedaço do vestido enrolado no braço e os olhos fixos no fim do corredor.
- Uma de nós terá que se acostumar com isso – Celeste comentou, respirando com dificulade.
Suspirei.
- Se for eu, vou usar tênis todo dia. Não aguento mais isso.
- Conversem menos e corram mais! – Silvia gritou.
- Como podemos chegar ao andar de baixo por aqui? – Elise perguntou.
- E Maxon? – Kriss sussurrou.
Silvia não respondeu. Nós a seguimos por um labirinto de corredores em busca de um caminho para o porão, enquanto guardas e mais guardas corriam no sentido oposto ao nosso. Senti muita admiração por eles, imaginando a coragem necessária para ir de encontro ao perigo para proteger outras pessoas.
Os guardas que passavam por nós eram quase todos iguais, mas os olhos verdes de um deles estavam fixos em mim. Aspen não parecia estar com medo, nem sequer preocupado. Havia um problema, e ele iria resolvê-lo. Era o jeito dele.
Nosso olhar foi breve, mas suficiente. As coisas funcionavam assim com Aspen. Em frações de segundo, pude dizer a ele, em silêncio: Tenha cuidado e fique atento. E, sem uma palavra, ele respondeu: Pode deixar, apenas se cuide.
Apesar de lidar bem com essas coisas que não precisavam ser ditas, eu não tinha a mesma facilidade quando conversávamos de fato. Nossa última conversa não tinha sida das mais felizes. Eu estava prestes a deixar o palácio e tinha pedido a ele um tempo para superar a Seleção. Mas, no fim, acabei ficando e não lhe dei qualquer explicação.
Talvez sua paciência comigo estivesse se esgotando; talvez ele já não conseguisse ver apenas o que eu tinha de melhor. Eu precisava resolver essa situação de algum jeito. Não podia imagina minha vida sem Aspen. Mesmo naquele momento, em que eu esperava ser escolhida por Maxon, um mundo sem Aspen parecia inconcebível.
- Aqui está! – Silvia exclamou, empurrando uma tábua misteriosa na parede.
Seguimos escada abaixo, com Elise e Silvia à frente.
- Caramba, Elise, dá para ir mais rápido? – Celeste gritou.
Queria muito ter ficado irritada com ela por ter dito aquilo, mas sabia que todas estávamos pensando a mesma coisa.
À medida que descíamos pela escuridão, tentava me preparar para as horas que desperdiçaríamos, escondidas como ratos. Continuamos a correr. O som da nossa fuga abafava os gritos, até que uma voz masculina ecoou acima de nós.
- Parem! – ordenou.
Kriss e eu viramos ao mesmo tempo e enxergamos o uniforme claramente.
- Esperem! É um guarda – ela disse para as outras.
Paramos onde estávamos, resfolegando. Finalmente ele nos alcançou, também quase sem fôlego.
- Perdão, senhoritas. Os rebeldes fugiram assim que atiramos. Acho que não estavam a fim de briga hoje.
Silvia, alisando o vestido com as mãos, falou por nós:
- O rei concorda que é seguro? Se não for, você estará pondo a vida destas garotas em risco.
- O chefe da guarda liberou. Tenho certeza de que Sua Majestade...
- Não fale pelo rei. Venham, senhoritas, continuem.
- Você está falando sério? – perguntei. – Vamos descer para nada.
Silvia me encarou de um jeito que faria até um rebelde tremer de medo, e achei melhor ficar quieta. Silvia e eu tínhamos construído uma espécie de amizade quando ela, sem saber, me ajudou a tirar Maxon e Aspen da cabeça com suas aulas particulares. Porém, depois meu showzinho no Jornal Oficial, alguns dias antes, nossa amizade parecia ter ido por água abaixo. Voltando-se para o guarda, ela continuou:
- Consiga uma ordem oficial do rei e voltaremos. Continuem andando, senhoritas.
Eu e o guarda trocamos um olhar de frustração e seguimos por caminhos opostos.
Silvia não demonstrou qualquer remorso quando, vinte minutos mais tarde, outro guarda veio avisar que estávamos livres para voltar ao andar de cima.
Estava tão nervosa com aquela situação que nem esperei Silvia e as outras garotas. Subi as escadas até o primeiro andar e segui direto para o meu quarto, ainda levando os sapatos pendurados nos dedos. Minhas criadas não estavam, mas havia uma bandejinha de prata com um envelope sobre a cama.
Na hora reconheci a caligrafia de May. Abri a carta e devorei sua palavras:

Ames,
Somos tias! Astra é maravilhosa. Queria que você estivesse aqui para conhecê-la pessoalmente, mas sabemos que você precisa ficar no palácio por enquanto. Você acha que passaremos o Natal juntas? Está chegando! Preciso voltar para ajudar Kenna e James. Ela é tão bonita que nem dá para acreditar! Aqui vai uma foto!
Amamos você!
May

Puxei a foto brilhante de trás da carta. Estavam todos lá, menos Kota e eu. James, o marido de Kenna, estava radiante, em pé atrás da esposa e da filha, com os olhos inchados. Kenna estava sentada na cama, com um embrulinho rosa entre os braços, parecendo ao mesmo tempo emocionada e exausta. Meus pais irradiavam orgulho, e o estusiasmo de May e Gerad saltava da foto. Claro que Kota não aparecia; ele não ganharia nada estando presente. Mas eu deveria estar lá.
Só que não estava.
Estava no palácio. E, as vezes, nem sabia por quê. Maxon ainda passava muito tempo com Kriss, mesmo depois de tudo que tinha feito para eu ficar. Do lado de fora, os rebeldes atacavam sem descanso; ali dentro, as palavras frias do rei destruíram minha confiança. Em meio a tudo isso, Aspen ainda me rodeava – um segredo que eu precisava guardar. E as câmeras iam e vinham, roubando pedaços de nossas vidas para entreter as pessoas. Eu estava encurralada por todos os lados, perdendo tudo o que sempre fora importante para mim.
Engoli minhas lágrimas de raiva. Estava cansada de chorar.
Em vez disso, comecei a elaborar um plano. A única maneira de resolver esses problemas era acabar com a Seleção.
Embora de vez em quando ainda questionasse minha vontade de ser princesa, eu não tinha dúvidas de que queria ficar com Maxon. Para isso acontecer, não podia simplesmente cruzar os braços e esperar. Enquanto lembrava da minha última conversa com o rei, comecei a andar em círculos, esperando as criadas.
Eu mal consegui respirar, então sabia que tentar comer seria uma perda de tempo. Mas valeria o sacrifício. Precisava fazer algum progresso – e rápido. De acordo com o rei, as outras garotas estavam mais próximas de Maxon – fisicamente falando -, e ele tinha dito que eu era muito comum para ganhar delas naquele quesito.
Como se minha relação com Maxon já não fosse complicada o bastante, ainda precisava reconquistar sua confiança. E eu não sabia se isso significava fazer perguntas ou não. Apesar de ter quase certeza de que a intimidade com as outras garotas não tinha ido tão longe, não conseguia parar de pensar no assunto. Nunca tinha tentado ser sedutora – praticamente todos os momentos íntimos que tivera com Maxon não foram intencionais -, mas eu esperava que, se fosse mais direta, poderia deixar claro que estava tão interessada nele quanto as outras.
Respirei fundo, ergui a cabeça e entrei na sala de jantar. Cheguei um ou dois minutos atrasada de propósito, na esperança de que todos já estivessem sentados. Meus cálculos deram certo. Mas a reação foi ainda melhor do que eu imaginava.
Fiz a reverência cruzando um perna na frente da outra, para que a fenda do vestido se abrisse e revelasse até minha coxa. O vestido era vermelho-escuro, tomara que caia, e deixava as costas totalmente expostas. Tinha certeza de que as criadas tinham feito alguma mágica para que ele parasse no lugar. Me endireitei, olhando fixamente para Maxon. Percebi que ele tinha parado de mastigar. Alguém derrubou um garfo.
Baixei os olhos e fui para o meu lugar, ao lado de Kriss.
- Francamente, America... – ela sussurrou.
Inclinei a cabeça na direção dela e perguntei, fingindo não ter entendido:
- O que foi?
Ela pousou os talheres no prato e nos encaramos.
- Você está vulgar.
- E você está com inveja.
Se não acertei na mosca, cheguei muito perto: ela corou um pouco e voltou a comer. Dei umas poucas beliscadas na comida, pois o vestido estava tão apertado que não dava para engolir muita coisa. Quando serviram a sobremesa, resolvi parar de ignorar Maxon, que, como eu esperava, tinha os olhos fixos em mim. Ele imediatamente ergueu a mão e mexeu na orelha; discretamente, fiz o mesmo. Dei uma olhada rápida no rei Clarkson, me segurando para não rir. Ele estava irritado – o que também fazia parte do plano – e não podia fazer nada a respeito.
Pedi licença para me retirar antes de todo mundo, dando a Maxon a chance de admirar a parte de trás do vestido. Corri para o quarto. Mal fechei a porta e tratei logo de abrir o zíper. Estava desesperada para respirar.
- Como foi? – Mary perguntou, se apressando para me ajudar.
- Ele ficou embasbacado. Todo mundo ficou.
Lucy soltou um gritinho e Anne se apressou para ajudar Mary.
- Vamos segurar o vestido. Apenas ande – foi sua ordem e obedeci – Ele vem esta noite?
- Sim. Não sei bem a que horas, mas com certeza vai aparecer.
Sentei na beirada da cama, com os braços cruzados na barriga para que o vestido aberto não caísse.
Anne fez uma cara triste.
- É uma pena que a senhorita tenha de sofrer por mais algumas horas. Mas estou certa de que valerá a pena.
Sorri, tentanto dar a impressão de que não me importava com a dor. Tinha dito a elas que queria chamar a atenção de Maxon, mas não mencionara minha esperança de que, com um pouco de sorte, o vestido logo estaria jogado no chão.
- Quer que a gente fique até ele chegar? – Lucy perguntou, entusiasmada.
- Não, só me ajudem a fechar isto aqui de novo. Preciso pensar sobre algumas coisas – respondi, levantando para que elas pudessem me ajudar.
Mary segurou o fecho.
- Prenda a respiração, senhorita.
Obedeci, e mais uma vez fui espremida pelo vestido. Pensei em um soldado que se preparava para a guerra. A armadura era diferente, mas a ideia, a mesma.
Naquela noite, eu ia derrotar um homem. 

Capítulo 2

ABRI AS PORTAS DA SACADA e deixei o ar entrar no quarto. Embora fosse dezembro, uma brisa leve fazia cécegas na minha pele. Não tínhamos mais permissão para ficar do lado de fora sem a presença de guardas, então a sacada teria de servir.
Andei pelo quarto e acendi algumas velas, na tentativa de tornar o espaço mais aconchegante. Quando ouvi uma batida na porta, apaguei o fósforo, peguei um livro, voei para a cama e ajeitei o vestido. Ora, Maxon, é assim que eu fico quando estou lendo alguma coisa.
- Entre – convidei, com uma voz que mal dava para escutar.
Maxon entrou. Levantei a cabeça graciosamente e percebi que ele ficou maravilhado ao encontrar o quarto à meia-luz. Então focou sua atenção em mim, correndo os olhos pela minha perna à mostra.
- Aí está você – eu disse, fechando o livro e me levantando para cumprimentá-lo.
Ele fechou a porta e avançou, o olhar cravado nas minhas curvas.
- Queria dizer que você está maravilhosa esta noite.
Joguei o cabelo para trás.
- Ah, por causa deste vestido? Estava escondido no fundo do armário.
- Fico feliz que tenha tirado de lá.
Enlacei meus dedos nos dele.
- Sente-se aqui comigo. Não tenho visto você com muita frequência ultimamente.
Ele soltou um suspiro e me acompanhou.
- Sinto muito por isso. As coisas ficaram um pouco tensas depois das baixas que tivemos naquele ataque, e você sabe como é o meu pai. Enviamos vários guardas para proteger as famílias de vocês, o que diminuiu nossas forças, então ele está pior do que nunca. E também está me pressionando para que eu termine a Seleção, mas continuo firma. Quero ter tempo para pensar bem sobre as coisas.
Fomos até a cama e nos sentamos na beirada, bem perto um do outro.
- Claro. Quem deve controlar isso é você – comentei.
Ele concordou com a cabeça.
- Exatamente. Sei que já disse isso mil vezes, mas fico louco quando as pessoas me pressionam.
- Eu sei – confirmei, fazendo uma cara triste.
Ele fez uma pausa, e não consegui interpretar sua expressão. Tentava pensar num jeito de avançar sem parecer oferecida, mas não sabia exatamente como criar um momento romântico.
- Sei que é uma coisa boba, mas minhas criadas escolheram um perfume novo hoje. É muito forte? – perguntei, aproximando meu pescoço para que ele pudesse sentir.
Ele aproximou o rosto, seu nariz tocando minha pele.
- Não, querida. É ótimo – Maxon respondeu, com a cabeça entre meu ombro e meu pescoço, onde, então, me beijou.
Engoli em seco, tentando me concentrar. Precisava manter um mínimo de controle.
- Que bom que gostou. Estava com saudade.
Senti sua mão se esgueirar pelas minhas costas e baixei o rosto. Ali estava ele, os olhos cravados nos meus, nossos lábios serados por poucos milímetros.
- Quanta saudade você sentiu? – ele sussurrou.
Aquele olhar, somado ao sussurro, fazia meu coração bater depressa.
- Muita – respondi, também sussurrando. – Muita mesmo.
Inclinei o corpo para frente, morrendo de vontade de beijá-lo. Maxon estava confiante. Ele me puxava para mais perto com sua mão e acariciava meus cabelos com a outra. Meu corpo queria se desfazer em um beijo, mas o vestido me impedia. De repente, fiquei nervosa de novo, lembrando do meu plano.
Escorreguei as mãos pelos braços de Maxon e conduzi seus dedos até o fecho do vestido, na esperança de que isso bastasse.
Suas mãos se detiveram ali por alguns instantes. Eu estava a ponto de simplesmente pedir que Maxon baixasse o zíper quando ele caiu na gargalhada.
Sua risada me fez voltar à realidade imediatamente.
- O que é tão engraçado? – perguntei, horrorizada, tentando pensar em um jeito discreto de sentir meu hálito.
- De todas as coisas que você já fez, essa foi de longe a mais divertida! – Maxon exclamou, rindo tanto que dava tapas no joelho.
- Como é?
Ele estalou um beijo na minha testa e disse:
- Sempre imaginei como seria quando você tentasse. – E voltou a gargalhar. – Desculpe, preciso ir – completou. Até seu jeito de levantar dava mostras de que estava se divertindo muito. – Vejo você amanhã.
E saiu. Simplesmente saiu!
Fiquei lá, sentada, completamente arrasada. Onde eu estava com a cabeça quando pensei que aquilo daria certo? Maxon podia não saber tudo sobre mim, mas pelo menos conhecia meu caráter. E aquela... aquela não era eu.
Baixei os olhos para aquele vestido ridículo. Era demais. Nem Celeste teria ido tão longe. Meu cabelo estava perfeito demais; minha maquiagem, carregada demais. Ele tinha entendido minhas intenções desde o primeiro segundo em que pôs os pés no quarto. Suspirando, apaguei as velas uma por uma e fiquei imaginando como iria encará-lo no dia seguinte.



Capítulo 3

PENSEI EM FINGIR UMA GASTRITE. Ou uma enxaqueca arrasadora. Ataque de pânico. Sério, qualquer coisa que me livrasse do café da manhã.
Então pensei em Maxon e no que ele sempre dizia sobre encarar as dificuldades com a cabeça erguida. Talvez não fosse meu ponto forte, mas se ao menos eu descesse até a sala de jantar, ao menos estivesse presente... quem sabe ele me daria algum crédito.
Na esperança de consertar pelo menos parte do que fizera, pedi às criadas que me vestissem com a roupa mais discreta que eu tivesse. Só por esse pedido elas entenderam que não deviam perguntar nada sobre a noite anterior. O decote do vestido era um pouco mais fechado do que costumávamos usar no clima quente de Angeles, e as mangas chegavam quase até o cotovelo. Era florido e alegue, o oposto do visual da noite anterior.
Mal conseguia olhar para Maxon quando entrei na sala de jantar, mas pelo menos mantive a postura ereta.
Quando finalmente dei uma espiada em sua direção, lá estava ele me observando, com um sorriso irônico nos lábios. Enquanto  comia, Maxon piscou para mim, e voltei a baixar a cabeça, fingindo estar muito interessada na minha quiche.
- Bom ver você com roupas de verdade hoje – Kriss disparou.
- Bom ver você de bom humor.
- O que deu na sua cabeça? – ela perguntou.
Desanimada, não quis prolongar a conversa.
- Estou sem paciência oara isso hoje, Kriss. Só quero que você me deixe em paz.
Por um instante, achei que ela fosse reagir, mas aparentemente eu não valia o esforço. Ela se ajeitou na cadeira e continuou a comer. Se eu tivesse obtido um mínimo de sucesso na noite anterior, poderia justificar minhas ações. Mas do jeito que as coisas tinham ido, sequer podia fingir orgulho.
Arrisquei outro olhar para Maxon. Apesar de não estar mais me observando, dava para perceber que ainda se segurava para não rir enquanto cortava a comida. Era demais. Eu não suportaria um dia inteiro daquele jeito. Já estava me preparando para desmaiar, fingir uma dor de barriga ou tentar qualquer coisa para sair dali o mais rápido possível quando um mordomo entrou na sala. Trazia um envelope em uma bandeja de prata e fez uma reverência antes de colocá-la diante do rei Clarkson.
O reie pegou a carta e leu-a no ato.
- Malditos franceses! – resmungou. – Desculpe, Amberly, mas parece que terei de partir dentro de uma hora.
- Mais um problema com o tratado de comércio? – a rainha perguntou tranquilamente.
- Sim. Pensei que tivéssemos acertado tudo meses atrás. Precisamos ser firmes desta vez.
O rei atirou o guardanapo na mesa, levantou e seguiu  em direção à porta.
- Pai! – Maxon chamou, também se levantando. – Não quer que eu vá junto?
De fato, eu tinha achado estranho o rei não vociferar nenhuma ordem para que o filho o seguisse quando se levantou. Afinal, era esse o seu método de ensino. Desta vez, porém, ele se voltou para Maxon e, com o olhar frio e a voz cortante, disparou:
- Quando você estiver pronto para se comportar como um rei, poderá vivenciar o que um rei faz. – E se retirou, sem dizer mais nada.
Maxon permaneceu de pé por alguns instantes, chocado e envergonhado pela bronca que levara na frente de todo mundo. Sentou novamente e se dirigiu à mãe:
- Para ser sincero, não estava muito animado com o voo – comentou, para aliviar a tensão com uma piada. A rainha sorriu, como obviamente era sua obrigação, e nós ignoramos o ocorrido.
As outras garotas terminaram o café da manhã e pediram licença para ir ao Salão da Mulheres. Quando restávamos apenas Maxon, Elise e eu, levantei os olhos para ele. Mexemos na orelha ao mesmo tempo e sorrimos. Elise finalmente saiu, e nos encontramos no meio da sala de jantar, sem nos importarmos com as criadas e os mordomos que chegavam para limpar a mesa.
- Ele não vai levar você por minha causa – lamentei.
- Talvez – Maxon provocou. – Acredite, não é a primeira vez que ele tenta me colocar no meu lugar, e, na cabeça dele, tem milhares de motivos para isso. Não me surpreenderia se o principal motivo agora fosse despeito. Ele não quer deixar o poder, mas quanto mais perto eu chego de escolher uma esposa, maior a probabilidade de que isso aconteça. Apesar de ambos sabermos que ele nunca abrirá mão do governo.
- Você deveria me mandar para casa de uma vez. Ele nunca vau deixar que me escolha.
Eu ainda não contara a ele que seu pai havia me encurralado e me ameaçado no meio do corredor deposi que Maxon o convencera a me deixar ficar. O rei Clarkson deixara bem claro que era para eu ficar de boca fechada sobre aquela conversa, e eu não pretendia contrariá-lo. Ao mesmo tempo, odiava guardar segredos de Maxon.
- Além disso – acrescentei, cruzando os braços -, depois de ontem à noite, não acho que você me queira por aqui mesmo.
Ele mordeu os lábios.
- Desculpe pela minha reação, mas, sério, o que mais eu podia fazer?
- Eu tinha várias ideias – murmurei, ainda envergonhada por ter tentado seduzi-lo. – Agora me sinto uma idiota – completei, escondendo o rosto entre as mãos.
- Pare com isso – ele disse gentilmente e me abraçou. – Acredite, foi muito tentador, mas você não é assim.
- Mas não deveria ser? Isso não deveria fazer parte do que somos? – lamentei, apoiando a cabeça em seu peito.
- Você não se lembra da noite no abrigo? – Maxon perguntou baixinho.
- Sim, mas aquilo era basicamente a nossa despedida.
- Teria sido uma despedida fantástica.
Recuei, dando um leve empurrão nele. Ele achou graça, feliz por ter amenizado o desconforto da situação.
- Vamos esquecer esse assunto – propus.
- Ótimo – concordou. – Além do mais, temos um projeto para pôr em prática, você e eu.
- Temos?
- Temos. Como meu pai está fora, este é o momento ideal para começarmos a bolar estratégias.
- Certo – eu disse, empolgada por fazer parte de algo só entre nós dois.
Maxon respirou fundo, me deixando ansiosa para descobrir o que estav tramando.
- Você tem razão. Meu pai não a aprova. Mas ele pode ser obrigado a ceder se conseguirmos uma coisa.
- Que coisa?
- Precisamos fazer de você a favorita do povo.
Fiz uma careta.
- Esse é o nosso projeto, Maxon? Nunca vai acontecer. Vi uma pesquisa em uma das revistas da Celeste depois que tentei salvar Marlee. As pessoas não me suportam,
- As opiniões mudam. Não deixe um momento isolado desanimá-la.
Eu ainda achava que era impossível, mas o que poderia dizer? Se aquela era a minha única opção, pelo menos deveria tentar.
- Tudo bem – eu disse. – Mas já vou avisando que não vai funcionar.
Com um sorriso travesso no rosto, Maxon chegou bem perto e me deu um beijo longo e demorado.
- Pois eu digo que vai.

Continua ...

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Pôster de A Esperança - Parte 1

Primeiro pôster de A Esperança é divulgado pela Paris Filmes no Twitter, OMG!!!

Vagando pelo Twitter agora á pouco, o perfil da Paris filmes divulgou o primeiro pôster de Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1, isso mesmo galera! Eu praticamente surtei, sou super fã da saga antes mesmo de virar filme, e é claro, não poderia deixar de postar sobre isso. Além do pôster, parece que realmente o filme tem data prevista para estreia, não há nada confirmando de que o Brasil será o primeiro país a exibir o filme como aconteceu com Em Chamas. Confira abaixo o primeiro pôster oficial do filme! 

Primeiro pôster de Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1, com previsão de lançamento para dia 21 de novembro de 2014!